terça-feira, 8 de outubro de 2019

A Congregação Presbyteriana de Papanduva, Prudentópolis/PR

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. 
Marcos 16.15

Joaquim Matheus Ferreira, com certeza um dos primeiros paranaenses a se converter ao evangelho e a trabalhar ativamente na Igreja Presbiteriana.

Foi o número um na formação da Congregação Presbiteriana de Papanduva posteriormente transferindo-se com a família para a Congregação de Manduri.

A história da conversão de Joaquim Matheus Ferreira (1.853 - 1.904)  se confunde com a formação da Congregação de Papanduva, vejamos o que diz o livro oficial da história da Congregação (no Português da época).


Salto São Francisco, em Prudentópolis/PR

O Espírito Santo já falava em seu coração:

“O inicio do trabalho evangélico em Papanduva deu-se de um modo interessante que fala eloqüentemente da fidelidade do Evangelho de um velho servidor de Cristho. Em 1.880, morava em Imbituva (antiga Cupim), um velho, conhecido como “o americano”, por nome Guilherme Jungblood. Ele era Presbyteriano, natural da América do Norte. Fiel à sua religião, elle não deixava passar as opportunidades para fallar do evangelho aos seus amigos e freguezes.

A humildade para aceitar a correção:

Entre estes contava-se um Joaquim Matheus Ferreira, tropeiro de profissão, que morava em Papanduva, situada à beira da estrada velha de cargueiros que seguia de Imbituva para Guarapuava. Este um domingo, carregava sua tropa em Imbituva para viajar. Guilherme Jungblood, vendo-o assim, quebrando o dia do senhor, falou-lhe com franqueza do seu pecado e Joaquim Matheus que era homem religioso, attendeu aos protestos do amigo, deixando de viajar naquelle dia.

A dedicação aos estudos:

No anno seguinte, Joaquim Matheus foi de novo a Imbituva e na sua volta a Papanduva, levou consigo uma Bíblia , a primeira que alli aportou. Esta foi presente de seu fiel amigo, Guilherme Jungblood, e tornou-se o livro de constante leitura de Joaquim Matheus.

O bom testemunho, o respeito e o trabalho na causa do Senhor:

A chegada do Rev. Robert Lenigton.

No ano seguinte chegou a Imbituva o Rev. Robert Lenigton (o pai), o primeiro missionário que visitou aquella parte do Paraná. O Guilherme Jungblood logo contou a elle de Joaquim Matheus, como um que possuía e estudava a Bíblia. O Rev. Lenington procurou-lhe immediatamente e foi recebido com toda a attenção pelo Joaquim Matheus, em casa de seus pais: Ponciano Ferreira Nunes e Dona Leocádia Maria Ferreira

Apesar da aversão que tinham os habitantes do lugar pelos “padres protestantes” como lhes intitulara o vigário de Imbituva, o qual visitou todos os lugarejos da Comarca, avisando o povo do perigo dos protestantes, Joaquim Matheus saiu e convidou todos os vizinhos para assistir a primeira pregação do Rev. Lenington. Foi diminuto o auditório a esta primeira pregação em Papanduva, mas Deus foi servido que por meio della se convertesse toda a família do Sr. Ponciano, menos ele.

Era um homem influente:

Assim os primeiros crentes de Papanduva foram o Sr. Joaquim Matheus, já falecido e a sua esposa Dona Joaquina Maria Ferreira, que ainda vive, morando em Mareccas (*), na Comarca de Guarapuava. Elles fizeram sua profissão em 1.885 com o Rev. George Anderson Landes, o qual em 1.886, recebeu também por profissão, em Mandury, a Dona Leocádia Maria Ferreira, Isaias Ferreira Nunes e Antonio Ferreira Nunes, mãe e irmãos de Joaquim Matheus".
(*) Leia-se Turvo/PR.

A história continua... 

Rev. Modesto Perestrello Barros de Carvalhosa

Emília Ferreira Nunes, filha de Joaquim Matheus Ferreira e Joaquina Maria Ferreira, foi batizada na casa do Sr. Benjamin José d'Oliveira, perante o Sr. Modesto Perestrello Barros de Carvalhosa, Ministro do Santo Evangelho, da Igreja Presbyteriana do Brasil. Emília nasceu em 13 de março de 1.889, em Imbituva, no Quarteirão do Mandury.

Rev. Roberto Frederico Lenigton

Em novembro de 1.898 o Rev. Roberto Frederico Lenigton (o filho), já de retirada para Sta. Catharina, foi a Papanduva, em companhia do Sr. Joaquim Matheus e realizou cinco reuniões em casa do Sr. Antônio Ferreira Nunes.

Rev. John Benjamin Kolb

Em 1910 o Rev. John Benjamin Kolb visitou Papanduva, em companhia do Presbytero Francisco Marques de Imbituva e fez uma pregação em casa de Dona Francisca Carneiro, visto que os crentes tinham mudado para Mandury. Desta visita abençoada há como resultado a maior parte da nossa novel congregação, tanto membros professos, como adherentes.

Rev. George Anderson Landes 

O Rev. George Anderson Landes fez uma visita de alguns dias em 1923, pregando em casa do Sr. Joaquim Eleutério da Luz, membro adherente.

Rev. Harold Henry Cook

Em setembro de 1.925 pregou pela primeira vez em Papanduva o Rev. Harold Henry Cook, em casa do Sr. Joaquim Eleutério, e nesta reunião ficou resolvido a abertura de um ponto de pregação e da Escola Dominical. Em 21 de novembro a congregação foi visitada pelo Esforço Christão de Mandury, e após uma reunião dirigida pelo Sr. Henrique Ficker, de Mandury, houve uma reunião familiar, com cântico de hymnos e troca de demonstrações de amizade e cooperação na causa de Christo. 

Ficou resolvido que a Congregação procuraria acolhimento no seio da Egreja Presbyteriana e o professor local, Sr. Emilio Rodrigues dos Santos, declarou ser a idéia da maioria das pessoas presentes que se organizasse um trabalho regular, e offereceu a sua sala escolar para ponto de pregação. 

Chuvas de bençãos houve com mais uma visita do Esforço Christão de Mandury e uma visita de dois dias pelo Rev. Antônio Marques Fonseca, que pregou duas vezes.

Este anno, que trouxe-nos o desfecho de nosso ideal, iniciou-se com a visita do Rev. Ashman Clark Salley, e, logo depois outra visita do Rev. Harold Henry Cook, que vem acompanhado dos Srs. Henrique Ficker e Miguel Archanjo Ferreira, respectivamente dirigentes de Mandury e Anta Gorda.

Com a chegada destes servos do Senhor movimentaram-se as pessoas interessadas no Evangelho, e, repentinamente, a semente que a tantos annos medrava, desabrochou em pequena mas promettadora arvore: como pode-se ver pelo número de pessoas que professaram e a acta de organização que segue: 

No dia 04 de março de 1.926, em Papanduva, em casa do Sr. Emílio Rodrigues dos Santos, o Rev. Harold Henry Cook, depois de devidamente examina-los sobre a sua fé e conhecimento das verdades fundamentais do Evangelho e ter inquirido sobre o procedimento cristão das mesmos e diversos membros da Igreja, que morando em Mandury, mudaram-se para Papanduva, recebeu-os. A Congregação Presbyteriana de Papanduva ficou constituída dos seguintes membros professos na ocasião e dois transferidos da Congregação de Mandury:
1)- Casimiro Manuel de Souza;
2)- Domingos Baptista Guimarães;
3)- Antônio Baptista Guimarães;
4)- Laurentino Baptista Guimarães;
5)- Emílio Rodrigues dos Santos;
6)- Fredolin Teixeira de Freitas;
7)- Domingos Nunes Ferreira;
8)- Julia Eleutério da Luz;
9)- Emília Ferreira de Souza;
10)- Lydia Linder dos Santos;
11)- Augusto Nunes Ferreira e sua esposa
12)- Hypolita Eleutério Ferreira, transferidos de Mandury.

O Rev. Harold Henry Cook. que dirigiu os trabalhos de organização, tendo como Secretário ad-hoc o Irmão Emílio Rodrigues dos Santos, sugeriu à Congregação a necessidade de nomear-se dois directores para a boa marcha futura da mesma.

Por unanimidade foram eleitos para dirigentes dos cultos e Superintendente da Escola Dominical a organizar-se, Sr. Emílio Rodrigues dos Santos e para Thesoureiro, o Sr. Antonio Baptista Guimarães.

O Rev. Cook, depois de dirigir uma exhortação aos membros da novel congregação, declarou aos circunstantes que os que estivessem interessados no  Evangelho, e quizessem, poderiam declarar-se membros adherentes. Annuiram ao convite, levantando-se, as seguintes pessoas: Joaquim Eleutério da Luz, Alexandre Soares, Sebastião Rufino Marques, Manuel Baptista Guimarães, João Nunes Ferreira, Amador Baptista Guimarães, Albina Marques Guimarães, Anardina do Espirito Santo e Zelinda Baptista da Luz. 

Nada mais havendo a tratar, encerra-se a sessão as nove horas e cinquenta minutos da noite, com uma oração pelo Sr. Miguel Archanjo Ferreira e a benção apostólica pelo Pastor.

Emilio Rodrigues dos Santos, secretário ad-hoc.

Papanduva, 04 de março de 1.926.



Veja trechos do livro de atas original digitalizados:














Foram dez, os filhos de Joaquim Matheus Ferreira e Joaquina Maria Ferreira, sendo eles:
1)- Jerônimo Leopoldo Ferreira - (1.876 - 1.951);
2)- Amândio Matheus Ferreira - (1.879 - 1.938);
3)- Julia Ferreira Nunes - (1.881 - ?       );
4)- Vicentina Ferreira Neves - (1.883 - 1.970);
5)- Magdalena Ferreira - (1.884 - ?    );
6)- Emília Ferreira Nunes (1.889 - ?   );
7)- Augusto Nunes Ferreira ( 1.892 - 1.967);
8)- Laurinda Ferreira Nunes (1.894 - 1.896);
9)- Cecília Ferreira Fiúza ( 1.896 - ?    );
10)- Jayme Nunes Ferreira (1.900 - 1.990).




Trecho do registro do casamento de Cecília Nunes Ferreira, depois, Ferreira Fiúza e Samuel Rodrigues Fiúza, em Prudentópolis no dia 20 de fevereiro de 1.913.


Veja o vídeo:



Um comentário:

  1. sabe me dizer se amandio casou-se logo depois que ficou viuvo da Leopoldina? se ele teve outros filhos depois da morta da esposa?

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